27 de Agosto de 2020

Mitos e verdades sobre a cirurgia do refluxo

A forma crônica do refluxo caracteriza uma doença e requer avaliação médica.

Um estudo realizado pela empresa de pesquisa GFK, no ano passado, apontou que quase 30% dos brasileiros pode ter a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e não entendê-la como uma enfermidade. Azia e queimação são, muitas vezes, associadas como sinais de má digestão. Mas é na intensidade e na frequência em que ocorrem que sintoma e doença se diferenciam. Para ter o diagnóstico correto, somente a avaliação médica é segura. E para o tratamento, há opções de medicamentos e, em alguns casos, a cirurgia do refluxo é indicada.

O médico cirurgião geral Dr. Fábio Strauss explica que a cirurgia do refluxo visa corrigir a abertura da válvula esofágica. “A perda de controle neste mecanismo natural do corpo permite que os alimentos e líquidos ingeridos retornem do estômago para o esôfago, causando os sintomas da doença”, detalha. Para entender melhor como funciona a cirurgia, o especialista elencou uma lista de mitos e verdades relacionados ao procedimento. Confira:

Na cirurgia, uma parte do estômago é retirada: mito. O que acontece é que uma pequena parte do estômago é usada para refazer a válvula responsável por controlar a passagem dos alimentos.

A cirurgia é minimamente invasiva: verdade. O procedimento pode ser feito pela técnica da videolaparoscopia. São necessários apenas cortes mínimos, por onde passam a câmera e as pinças que nortearão o trabalho do cirurgião.

O refluxo volta em todos os casos após a cirurgia: mito. Se o paciente seguir os cuidados recomendados durante o período de recuperação e controlar o ganho de peso – a obesidade também é fator de causa da DRGE –, é muito esperado que nunca mais sofra com o refluxo. São poucos os casos em que o refluxo retorna após 10 ou 15 anos de pós-operatório.

A alimentação no pós-cirúrgico é líquida e evolui para a pastosa: verdade. Leva cerca de três ou quatro semanas para que o cirurgião libere a retomada da alimentação normal. Por isso é comum ver na internet que a cirurgia do refluxo faz emagrecer. A perda de peso pode acontecer por conta da readaptação alimentar.

Quem faz a cirurgia, não poderá mais ingerir bebidas alcoólicas: mito. Pelo contrário. É normal que os pacientes procurem a ajuda médica por não conseguirem tomar suas bebidas preferidas em eventos sociais por causa da azia e queimação. A cirurgia vem para sanar o mal-estar e, depois da cicatrização, a ingestão eventual e moderada estará liberada.



Fonte: Renata H. G. Eidelwein/Relações Públicas
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